segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os algares do Portinho

Nas prospecções espeleológicas desenvolvidas no âmbito do Projecto de Carta Arqueológica de Setúbal, está em curso um trabalho sistemático de identificação, registo e interpretação de um interessante complexo de cavidades, localizadas na base do Cabeço da Sela, onde se localizam os restos de um povoado da Idade do Bronze, com cerca de 3000 anos. Esse povoado foi publicado no início do séc. XX pelo investigador Marques da Costa, embora erronramente identificada, em termos cronológicos.
O referido complexo consiste numa sequência de algares verticais, com abatimentos entre eles formando depressões mais ou menos extensas, que se dsenvolve ao longo de, pelo menos, 200 m, paralelamente à linha de costa. Esses poços abrem ao nível do mar, criando uma série de galerias parcialmente interligadas.
Numa delas, foram identificados materiais da Idade do Bronze que, atendendo à topografia, não podiam ter sido arrastados a partir do topo do Cabeço da Sela.
Está em curso o levantamento topográfico integral destas cavidades, tendo em vista uma melhor visão de conjunto e uma melhor aproximação, em termos interpretativos...

  
O responsável pelos trabalhos de prospecção espeleológica

Uma cratera de abatimento do espaço entre os algares.

Algares interligados

O acesso à linha de água

Uma janela sobre a Pedra da Anicha

De baixo para cima



                                                A dança das taínhas, na base dos poços.

O Portinho da Arrábida, para além da excelente qualidade cénica que o torna uma jóia paisagística só por si, tem ocultas outras paisagens, menos conhecidas e, algumas delas, difíceis de conhecer.
Os Algares do Portinho, tal como fabulosa Fenda, do outro lado da enseada, são paisagens de altíssimo valor como património Natural. Em diálogo obrigatório com o povoado da Idade do Bronze. 

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